Conheça o autor

Biblioteca Mário de Andrade – Sala São Paulo, dedicada às obras raras sobre a cidade.
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Gerson Soares
Minha carreira como jornalista teve início em 1979, no jornal Diário Comércio e Indústria (DCI) em São Paulo. Desde então venho me especializando no jornalismo e em outros segmentos da comunicação, como o marketing digital. Escritor e memorialista, publiquei alguns trabalhos, dentre eles selecionei trechos mais abaixo.

Como jornalista, são vários artigos e reportagens especiais publicados, tais como: Revolução de 1932 ou Armênios – o povo de NoéDestaco alguns deles:

Ponte estaiada do Tatuapé

Dessas reportagens especiais, há uma que mudou a paisagem do bairro Tatuapé, culminando com a construção da ponte estaiada que pode ser vista iluminada durante as noites, datas e eventos comemorativos. Mas o principal objetivo das reportagens que sensibilizaram os órgãos governamentais foi a facilitação do fluxo de trânsito entre o bairro Tatuapé e o centro. Após meses e meses de exaustivo trabalho jornalístico e diversas matérias para demonstrar essa necessidade, a Prefeitura da Cidade de São Paulo abriu licitação para a construção e instalação do Complexo Viário Padre Adelino, assim chamado por mim desde a primeira reportagem em março de 2001. Até então o nome não existia e passou a ser adotado pela mídia e órgãos oficiais.

Brasil-Japão: 100 anos de gratidão

Outra reportagem especial significativa foi elaborada durante a visita do príncipe Naruhito ao nosso país. O filho do Imperador Akihito, que também nos visitou, veio em nome do império para comemorar os 100 anos de história da imigração japonesa ao Brasil e a amizade que daí surgiu com o distante Japão. As pesquisas começaram antes da chegada do atual imperador japonês e no final somaram mais de três meses, entre a conclusão e a publicação de uma revista dedicada ao assunto: Brasil – Japão: 100 anos de gratidão.

Remédios de alto custo

A falta de remédios de alto custo em no Brasil traz insegurança e medo àqueles que mais necessitam. Este tema está ligado ao transplante e doação de órgãos, aos quais me dedico desde 2004. Especialmente a partir de 2014, a falta constante de remédios me levou a um engajamento ainda maior. Nessa data, exatamente no mês de janeiro daquele ano, chegou-se ao ápice do caos. As matérias relacionadas ao tema Remédios de Alto Custo, têm milhares de acessos mensais desde a publicação. O ano 2018 foi o pior para os pacientes desde que passei a acompanhar de perto o assunto.

Livros históricos e comemorativos
(leia alguns trechos)

Memórias do Tatuapé

“No segundo quartel do século XV, depois de os primeiros colonizadores chegarem ao Porto de São Vicente, o porto dos escravos, a pequena distância dali, no Tumiarú, Martim Afonso oficializaria a fundação da primeira vila do Brasil em 1532. Pouco mais de meio século após ser concretizado esse fato histórico, já se ouviria falar de uma certa paragem do Tatuapé. Ao desembarcarem na Ilha de Gohayó, hoje conhecida como São Vicente, alguns colonos logo se uniriam a João Ramalho que cultivava a amizade dos nativos havia um bom tempo e com eles vivia pelas serras; outros recém-chegados construiriam engenhos de açúcar, se tornariam fazendeiros, num lugar protegido chamado Enguaguassú. Em Paranapiacaba, diante de paisagem deslumbrante, desceremos a Serra do Mar. Aqui começa a nossa viagem.”

Publicado em dezembro de 2018, homenageia o Tatuapé pelos 350 anos, lançando um novo olhar sobre o nome, fundação e a própria origem do bairro localizado na zona leste da capital paulista.

União dos Operários F.C.

“Elaborar este livro, teve como objetivo principal descobrir a trajetória que levou o União dos Operários Futebol Clube completar um século de atividades. Nessa investigação histórica, percorri alguns meandros da várzea paulistana para entender como funcionava o mecanismo que manteve ativo um clube cercado por tantos outros que simplesmente desapareceram. Entre os destaques abordados, temos uma seleção dos maiores craques de todos os tempos que jogaram no clube do Belenzinho. Entre eles: Dener, Ivair (o príncipe), Luizão, Nilson, Lima, Ademir da Guia, Badeco, Adil, Eli, Taquá, dentre outros. O Operário, como é chamado, começou em uma reunião onde o futebol uniu patrões e empregados no velho e alagadiço Largo do Catumbi, em meio ao bucolismo imperante das margens do Rio Tietê de 1917.”

 


Com prefácio do comentarista e apresentador da
Fox, José Eduardo Savóia, o livro foi lançado em fevereiro de 2018, com 220 páginas e 649 fotografias, além de dezenas de ilustrações criadas pelo autor.

VMZ Uma ilha na Pauliceia

“Em meio à inquietação, São Paulo foi erguido com ferro e cimento, que moldavam a arquitetura europeia das ruas principais do centro. A Vila Maria Zélia é a pauliceia, com as suas festas típicas lotando as praças, mas se diferenciou por ter experimentado o isolamento em meio a um imenso parque fabril e industrial. No entanto, o local escolhido para erguê-la possuía atrativos, como o Rio Tietê passando pela ‘porta de casa’, campo de football, salão de festas e um clube acima da média que se tornou mítico no futebol e se destacava pelo aspecto social, que considero essencial para o sucesso dessa convivência singular que perdura até os nossos dias. […] O livro dos 100 anos da Vila Maria Zélia mostra com 530 imagens um pouco dessa história, sendo também uma obra de atualização em diversos aspectos históricos e sociais, enquanto procura demonstrar a linguagem, atmosfera, união, entusiasmo das antigas amizades, o amor e a meiguice que permeiam os corações da Vila. As ruínas dos antigos prédios também “falam” sobre esse passado. […]”

Lançado em maio de 2017, exatamente na data que a ‘Vila’ completou 100 anos.

Cinquentenário do URB E.C.

Time fundado por Julinho Botelho.
“Tive o privilégio de elaborar esta obra tendo, muitas vezes, a emoção ao meu lado. Talvez, por ter lido e pesquisado antes de mais nada sobre a história desse ser humano, transformado em exemplo para a maioria das pessoas que com ele conviveram e ao conhecê-lo melhor também se tornou um herói para mim. Sua façanha no Maracanã, diante de quase 170 mil pessoas é um marco na história do futebol. […] Milhões hoje têm acesso a algumas jogadas de Julinho naquele Maracanã transbordante, número multiplicado pela farta divulgação na internet e nos meios de comunicação. […]”

“O homem que calou o Maracanã”. No Rio de Janeiro, dia 13 de maio de 1959, Julio Botelho, iniciou no lugar de Garrincha o jogo contra a Inglaterra. Num Maracanã lotado de torcedores ávidos pelas jogadas do ídolo carioca, vaiaram incessantemente o craque paulistano, logo após o anúncio do seu nome. A vaia comoveu até mesmo os mais experientes radialistas da época. O jogador da Penha, entrou com seu talento, dignidade, mostrou a todos suas jogadas e em poucos minutos foi aplaudido de pé. Os detalhes estão no livro.

Fragmentos de uma longa vida

“Foi uma obra do destino, porque sempre gostei de escrever, mesmo que os meus estudos não foram além do primário até o ginásio, devido as dificuldade da época. Comecei escrever em 1927, anotando fatos importantes, as vezes interessantes, que me aconteceram sem ter noção para que serviriam e nunca pensei que um dia se transformariam em um modesto livro, para ser ofertado aos meus queridos parentes e amigos. Em fins de 1996, com os agradáveis e inesquecíveis acontecimentos que me deixaram muito feliz, houve uma transformação no meu estilo de vida. Comecei a frequentar Grupos de Terceira Idade, conquistando novas amizades […]”

Este trabalho foi realizado entre o final de 1997 e início de 1998, quando me tornei um gostwriter sem querer e tive enorme prazer em revelar as memórias de Maria de Lourdes Cepêra – musa inspiradora dos conhecidos produtos alimentícios –, minha amiga e confidente.

Romão 4.000 gols – 1952/2007

“Aos 18 anos tentei jogar futebol profissional, passei no mirim do Corinthians no tempo do Técnico Rato; joguei no São Paulo quando o campo estava localizado no Canindé. Fiquei um ano no juvenil da Associação Atlética São Bento e tive a infelicidade de quebrar a perna em 1958, no jogo Vila Paris e Saib de Santana, que vencemos por 5 x 3. Nesse jogo marquei nada mais, nada menos do que 4 gols. […] Sou corintiano fanático, mas meu hobby mesmo, sempre foi jogar futebol.” […]



Este foi o segundo trabalho realizado como gostwriter. Foram duas edições, uma lançada em 2006 e outra em 2007. Elas mostram, através de mais de 400 imagens as várias realizações do Romão, tido como o maior corintiano do Tatuapé, entre partidas de futebol e sua história de vida.

Cinquentenário do Futebol das 5as

“Aos inesquecíveis: Desde os tempos mais remotos a humanidade venera seus antepassados com diversos rituais e das mais diferentes formas. […] Através dos tempos, entre os povos da antiguidade até os mais modernos dos nossos dias, esse costume humano se repete e assim o fazemos nesta publicação comemorativa erguendo nossos pensamentos. Essa veneração aos amigos que faleceram tendo suas histórias ligadas ao Futebol das 5as, também merecem uma página de destaque neste momento tão importante e único.” […] De nosso mais profundo respeito, um brinde aos amigos!” […]


Esta homenagem emocionante culmina com os nomes e uma fotografia, onde os integrantes da agremiação erguem seus copos cheios de cerveja àqueles que nunca serão esquecidos. O livro foi lançado em 2010.

Os cavaleiros de Vigha Bhore

“Em Vigha Bore, além das pequenas aldeias e vilas que se desenvolveram, há reinados encobertos ou raramente vistos, em meio aos incontáveis tons de verde da floresta. Dentre os mais conhecidos e expostos está o reino de Nuriord, que há muito tempo se dividiu e deu origem a outro reinado que foi chamado de Altyor. Seus habitantes admiram a beleza das grandes árvores Altonímias, por isso se afastaram do litoral, onde Nuriord e seu porto fervilham com intenso comércio, o vai e vem de navios mercantes e marinheiros. […] No Sul, outro reino é próspero e belo; seu nome é Arant, onde o Sol sempre brilha e as tradições estão enraizadas. Na planície, sob os domínios de Vergion, os tambores do inimigo irão ensurdecer os aldeões amedrontados, mas o rei conhece seu destino.”


Ficção, 425 páginas
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Entrevista com o autor (2018)

A obra completa “Memórias do Tatuapé” terá dois volumes

Por Verônica Franc (entrevista em dezembro 2018)

Desenvolvendo trabalhos e pesquisas desde 1990, a respeito dos bairros da zona leste de São Paulo, o autor do livro “Memórias do Tatuapé – Uma viagem às origens nos séculos XV a XVII”, Gerson Soares, conta porque resolveu escrever sobre o bairro, quanto tempo demorou para finalizar o livro e fala que a publicação terá um perfil interativo, onde os leitores poderão acompanhar e interagir pela internet através de um site.

O jornalista enfatiza a percepção de carinho que os moradores têm pela história do bairro, assim como a receptividade nos pontos onde o primeiro livro poderá ser encontrado, depois do lançamento que acontecerá no dia 18 de dezembro.

Vamos à entrevista, com o fundador do Alô Tatuapé, veículo de comunicação que acaba de completar 25 anos.*

Verônica Franc – O que te levou a escolher o tema do livro e por que o Tatuapé?
Gerson Soares – Num primeiro momento foi comemorativo. O bairro completou 350 anos. Havia também um rico material sobre o bairro que obtive com entrevistas e doações de famílias ao longo de quase três décadas, colhido para as edições do Alô Tatuapé. Pela tradição das instituições e o carinho com que trata da sua história, o Tatuapé merece.

VF – Quanto tempo durou a pesquisa para discorrer sobre o assunto?
GS – Na verdade, são mais de 25 anos pesquisando sobre a história do Tatuapé, o que me garantiu um acervo fotográfico e informativo bastante extenso e estimulante. Isto me conduziu à primeira parte dos estudos que estão registrados no livro. Comecei a escrever no final de março e terminei no início de dezembro.

VF – Você tinha pesquisas anteriores?
GS – Sim, como eu disse. Minhas pesquisas sobre alguns bairros da zona leste começaram em 1991, incluindo Mooca, Tatuapé e depois a Penha. Com o lançamento do Alô Tatuapé, esse trabalho foi intensificado a partir de 1993.

VF – O que foi mais complexo pesquisar ou escrever?
GS – Quase tudo (risos). É difícil saber por onde começar, são muitas áreas de estudos. Existem os aspectos humanos, o sentimento que as pessoas guardam do seu passado e do bairro. Depois você começa uma intensa busca e comprovação dos fatos. Quando está tudo pronto, aí sim começa o trabalho. Só que quando percebi já havia passado muito tempo e um acúmulo considerável de informações, antes de ter a iniciativa de realmente escrever.

VF – Qual a sensação de concluir uma obra? Este é seu primeiro livro?
GS – Alívio! É como se você estivesse na escola e passasse de ano ou concluísse o curso. Mas mesmo assim, em dados momentos, parece que faltou algo. Os estudos históricos são quase infinitos. Portanto, dizer que estão totalmente concluídos é um risco. Tenho outros livros publicados, um dos mais recentes é sobre o centenário da Vila Maria Zélia.

VF – Qual foi o impacto ao pensar sobre a possibilidade de se vincular a uma editora?
GS – Essa é uma boa pergunta. Como eu lhe disse antes, esta é uma produção independente, resolvi que não poderia aceitar a delicada porcentagem oferecida pelas editoras. Isso sem contar o desinteresse geral demonstrado pelas empresas que contatei. Esse mercado foi revolucionado pela Amazon e a publicação dos e-books. Parece que as editoras nacionais ainda não conseguiram se adaptar e estão passando por graves dificuldades, devido as recusas dos autores em receberem apenas uma ínfima parcela do seu próprio trabalho e em outros quesitos.

VF – Fale sobre a receptividade dos contatos com os pontos de vendas?
GS – Como havia adiantado na nossa conversa, depois de decidir que eu mesmo divulgaria este e o próximo livro que fará parte da obra “Memórias do Tatuapé”, pensei como poderia atingir o público-alvo, ou seja, estudantes e a população em geral. A forma mais popular encontrada foram as bancas de jornais e quando conversei com os proprietários a ideia foi bem recebida por eles.

VF – Então, o livro será encontrado nas bancas de jornais e revistas?
GS – Durante o período de divulgação e lançamento que começa na próxima semana, o livro poderá ser adquirido em várias bancas de jornais do bairro. Os endereços estarão no site Memórias do Tatuapé, criado especialmente para os livros e a interação dos leitores. Conforme o interesse das pessoas e dos jornaleiros podemos manter essa parceria que eu acho muito bacana e popular.

GS – Quem quiser também poderá comprar pela internet?
VF – Sim, haverá uma loja virtual totalmente segura e o leitor pode receber o livro em casa.

VF – Fale sobre o conteúdo do livro.
GS – Pensei que não iria perguntar, risos. Eu me transformo em personagem do livro que percorre a rota dos índios e dos primeiros estrangeiros que pisaram a costa sul do Brasil, através da viagem histórica que começa no alto da Serra do Mar. É uma grande volta ao passado, fui buscar os fatos mais antigos. Daí em diante começam as doações de terras aos colonos e chegamos muito próximos ao local onde hoje está o Distrito do Tatuapé. Em outra linha temos a origem do nome, que é tupi. Mas não é só o conhecido significado, caminho do tatu, que interessava, quis saber como os nativos determinavam isso ou aquilo. Depois temos a fundação, o exato local onde considero ser o marco zero do bairro. Isso determinou até as datas comemorativas. Outro importante aspecto abordado é a relação umbilical com o Rio Tietê. Percorremos uma longa e bela trajetória, eu e “os meus companheiros de viagem”.

VF – Você disse que o livro teria uma interação com um site. Como é isso?
GS – O livro é a chave para entender melhor essa interação. No site, o leitor encontrará elementos que ativarão sua memória, a imaginação, quanto a determinados lugares citados. Quando quiserem fazer trabalhos escolares ou universitários, os alunos poderão baixar fotos e mapas diretamente do site, por exemplo. Outro item que acho interessante é o Índice de pessoas. Através dele será mais fácil localizar os diversos nomes citados no livro, agilizando as buscas.

VF – Você pretende continuar suas pesquisas?
GS – Sim, sempre.


*Atualmente o portal Alô Tatuapé completou 30 anos e atinge mais de 425 mil views mensais na web (Fonte: Google Analytics). Em 2023, recebeu o prêmio internacional GITNUX. Uma das categorias de assuntos mais procuradas é sobre a história, a memória do bairro, publicadas desde 1993.

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